Roger, em João Pessoa, e Sapé avançam com seus Planos de Advocacy

A mobilização das comunidades brasileiras acompanhadas por Claim tem sido grande nas últimas semanas em torno da construção dos Planos de Advocacy. Depois de eleitas as comissões de lideranças, os grupos agora estão com a mão na massa e até meados de junho devem estar com suas análises e propostas prontas para apresentarem ao poder público e às instâncias de controle social. Atualmente, o momento é de estudo dos problemas da comunidade e discussão sobre o amparo legal das possíveis soluções.

Grupo de lideranças está elaborando o Plano em Sapé

Em Sapé, o problema escolhido foi na área de saúde, já que a grande questão a ser resolvida é o mau atendimento no Programa de Saúde da Família e a falta de medicamentos nas unidades básicas. Um grupo de 18 pessoas, entre elas dez lideranças acompanhadas pela entidade e quatro adolescentes, já participou de três reuniões para se aprofundar no tema e agora vão realizar uma sondagem na comunidade sobre o assunto. Lá, o grande empecilho é uma denúncia de que a prefeitura não prestou contas de suas despesas com medicamentos e, por isso, está impedida de receber mais recursos com esta finalidade.

Comunidade em Sapé construiu a árvore do problema

Já no Roger, depois de ter realizado uma assembléia com a comunidade e ter tido uma audiência com secretarias relacionadas à questão da habitação em João Pessoa, a questão da casa própria se mostrou como um dos maiores desafios locais. Mas o problema do esgoto doméstico e industrial que toma conta das lagoas instaladas no bairro também está na mira do grupo. Ao todo já foram realizadas cinco reuniões e mais três estão programadas até o final deste mês, além de visitas na área das lagoas e análise físico-química da água. Mesmo assim, o grupo de 15 pessoas, sendo seis delas mulheres participantes do grupo de lideranças, também está se mobilizando para melhorar a estrutura do PSF no bairro e para que seja feito o tratamento do esgoto produzido na região.

Moradores/as seguem na discussão sobre os problemas do Róger

Comunidades colombianas avançam na defesa dos seus direitos

O projeto Claim na Colômbia está cheio de motivos para comemorar. Um balanço divulgado esta semana confirma pelo menos 37 iniciativas comunitárias em defesa dos direitos nas 17 comunidades acompanhadas pelo projeto, especialmente relacionadas ao direito à água, à saúde, à educação e ao saneamento básico. Só na defesa por água boa para consumo nas escolas foram dez iniciativas, a campeã de mobilização, mas outras oito ações também foram empreendidas em busca de melhorias dos banheiros existentes nas unidades escolares e mais cinco tiveram como foco a infra-estrutura destas escolas.

Grupo de jovens de Gualanday, município de Coello, discute sobre a necessidade de água potável para a escola e para suas moradias.

De acordo com a avaliação da equipe colombiana de Concern Universal, toda esta mobilização comprova que as comunidades vêm avançando na luta em defesa de seus direitos. O resultado é mais visível entre os grupos de mulheres e de jovens, que estão fazendo uma análise da realidade local em seus municípios, dando prioridade às situações mais relevantes. Leia mais...

Grupo de mulheres de Barrialosa, município de Coello, discutem com o presidente da Junta de Ação Comunitária ações que possam garantir o direito à saúde na comunidade.

Inverno rigoroso
Mas a equipe de Claim na Colômbia também está enfrentando um desafio da natureza, já que o rigoroso inverno e as chuvas constantes estão dificultando o acesso dos/as educadores/as às vilas, além de gerar uma série de problemas para a própria comunidade. Mas a equipe está contando com ajuda de parceiros para ajudar os moradores a enfrentarem este problema. O direito a uma vida digna foi garantido para duas famílias de Congoja, no município de Santa Isabel, que tiveram suas casas destruídas pelas chuvas. Um grupo de alemães amigos de Concern Universal, liderados pelo professor Bernd Lichtenberg e articulados pelo voluntário Lukas Meyer, enviou uma doação que garantiu cobertas, aquecedores e utensílios de cozinha para a família. Leia mais...

Equipe Claim Colômbioa recebe e agradece a doação recebida da Alemanha...

...e entrega às famílias atingidas pelas fortes chuvas, em Santa Isabel.

Educadores de Claim conhecem legislação sobre Saneamento

Uma boa dose de perplexidade e assombro tomou conta dos/as educadores/as de Claim que participaram de mais uma capacitação no projeto, a oficina sobre Marco Legal do Saneamento, realizada no dia 17 de abril. Contando com a assessoria da bióloga Ruceline Lins, a atividade foi a oportunidade do grupo de conhecer o que a legislação brasileira prevê para o setor, inclusive seu orçamento.

Mas, o que mais provocou o grupo foi a série de dados que a assessora apresentou sobre os problemas ambientais que são resultado da falta de investimentos em saneamento, como a contaminação da água por esgotos e resíduos industriais.

O tema foi escolhido pelos/as próprios/as educadores/as durante avaliação realizada no final do ano passado e teve como base o fato de que a falta de saneamento é uma realidade em todas as comunidades atendidas pelo projeto. Esta situação foi apresentada pelo grupo durante a oficina, logo após a explanação de Ruceline, quando cada comunidade indicou quais os principais problemas locais.

A atividade foi uma oportunidade deles/as refletirem sobre a situação à luz do que prevê a legislação brasileira a respeito de saneamento, que é muito nova e não foi completamente regulamentada. Para enriquecer o trabalho feito nas comunidades, a oficina contou com a participação de membros de comissões de elaboração dos Planos de Advocacy, que estão levantando os principais problemas locais e propondo soluções às autoridades.

A próxima oficina para educadores/as do projeto acontece no dia 22 de maio, quando o grupo vai discutir a conjuntura atual em que o trabalho está sendo realizado.